Outra semana se iniciou e desta vez meu estado de espírito estava
diferente. Eu exalava bom humor graças ao telefonema do Nando no sábado
passado. Até mesmo a Rafa já queria mudar de opinião sobre o nosso não iniciado
relacionamento. E mesmo que eu não quisesse criar nenhuma expectativa, isso era
praticamente impossível. Puxa, o Nando tinha me ligado! Se ele não quisesse
nada comigo simplesmente teria jogado o número do meu celular no lixo. Eu
estava muito feliz, muito mesmo. Mas ainda era cedo. Ele não iria largar tudo
somente para ficar comigo, pelo menos por enquanto.
Mas à medida que os dias avançavam e o meu celular não se mexia, a minha
tensão aumentava consideravelmente. A esperança do inicio da semana logo se
transformou novamente em um terrível inferno astral na sexta-feira. Silêncio da
parte dele, nada de novo no Facebook. Eu tinha vontade de ligar para o Nando
para perguntar somente como ele estava da gripe, mas não tinha coragem. E se
ele achasse que fosse uma invasão minha? E se a noiva estivesse por perto?
Portanto, não fiz coisa alguma, senão sofrer, o que já era hábito meu.
Até mesmo a Rafa, na sexta-feira, enquanto se arrumava para ir no Guto, deu seu
parecer:
- Ele é imprevisível.
Cheguei a levar um susto quando a Rafaela disse aquilo. Eu estava
quieta, atirada na cama, observando-a se vestir. Não esperava que minha irmã
fosse comentar qualquer coisa sobre mim e o Nando.
- O quê? – perguntei, sentando-me na cama surpresa.
- Você entendeu – ela continuou, encarando-me pelo espelho – Pensa que
desconheço o motivo pelo qual você está com esta cara de bunda? O motivo se
chama Fernando. Ele não ligou e você está desesperada.
- Ah, pare com isto, Rafaela – eu pedi desconcertada.
- Não tente me enganar, Paulinha – ela continuou implacável – Eu também
ficaria assim se eu namorasse alguém difícil como o Fernando. Mas ele sempre
acaba ligando, não é mesmo? Quando você menos espera, seu celular começa a
gritar e pronto! É o tal do Fernando. Acalme-se. Ele vai ligar.
- Estou cansada de esperar.
Levantei da cama e peguei minha mochila. Fui colocando algumas roupas
ali dentro, ante o olhar perplexo da minha irmã.
- O que você está fazendo? Vai fugir?
- De uma certa forma, sim – respondi angustiada – Não vou passar mais um
fim de semana sozinha. Vou para a casa dos nossos pais. Ficar aqui esperando
que o Nando me ligue não deixa de ser uma espécie de suicídio.
- Quanta precipitação – repreendeu-me a Rafa – E se ele ligar para você?
Vai vir correndo estando a 150 quilômetros de distância?
- Acho que não devo me preocupar com isto.
Neste momento meu celular tocou lá na sala. Eu e Rafa nos entreolhamos,
expectantes. Eu balbuciei:
- Será… será…
- Corre lá e atende, sua boba!
Saí em disparada até a sala, derrubando um cabide e uma cadeira no meio
do caminho. Segurei o telefone e no visor constava o número do Nando me
chamando. Não deu nem tempo de recuperar o fôlego.
- Alô!
Estou por aqui, gata, e olha... Vc está me fazendo sofrer junto com a Paulinha, viu? rsrrsss.
ResponderExcluirAté a próxima. Bjus e até mais.
palavrasdevalquiria.blogspot.com.br
Me descobri na Paulinha também! Bjus!
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