quarta-feira, 9 de maio de 2012

FAÇO TUDO POR AMOR (CAP. 17)


Apesar da minha noite mal dormida, acordei tão disposta e contente que parecia que tinha dormido por doze horas seguidas. Eu já tinha deixado minha bolsa pronta, então foi só tomar um banho, beber um suco de frutas e me perfumar. Dez minutos antes da hora combinada, eu já estava plantada na frente do prédio, sentindo um friozinho na barriga. Lembrei que precisava cuidar tudo o que dizia respeito as minhas origens. Se eu desse um furo que fosse, tudo iria por água abaixo.
Para minha angústia, o Nando se atrasou. À medida que os minutos passavam – ou corriam – um bolo se formava na minha garganta. Será que ele havia se arrependido de ter me convidado? Minha felicidade se esvaía aos poucos. Tinha sido bom demais para ser verdade. Eu estava me sentindo uma palhaça, com uma vontade enorme de chorar, quando uma buzina me arrancou dos meus devaneios dando-me um susto. Uma caminhonete preta tinha parado rente à calçada e o motorista tinha aberto a porta. O motorista era o Nando. Graças a Deus.
- Ei, Pauline!
Eu praticamente me joguei dentro do carro com medo que ele fosse embora. Já comodamente sentada – e feliz novamente – olhei para o Nando, cheia de amor. Era a primeira vez que a gente se via desde a praia. E ele estava mais lindo ainda.
- Tive que calibrar os pneus e me atrasei no posto de gasolina – explicou ele, sorrindo para mim – Você ficou esperando muito tempo?
- Não – e senti que meu nariz cresceu mais do que o Pinóquio – Só achei que você tinha desistido.
- Imagine. Desculpe por fazer você me esperar.
E então ele se inclinou para me beijar, enquanto aguardava a sinaleira abrir. Foi um beijo rápido, mas o bastante para sentir que havia algum envolvimento também da parte dele.
A partir daí, tudo foi perfeito. Tudo. Sempre que ele podia, ficava com a mão sobre a minha. Em dado momento, dei-me conta que eu estava sentada de lado para poder ficar admirando o Nando, ignorando a linda paisagem da serra. Propositadamente não perguntei nada sobre a Raquel. E nem tive coragem também. Meu primo também nada mencionou. Para quê falar sobre assuntos desagradáveis se tudo estava tão bom?
Chegamos à cidade onde ele teria que buscar a encomenda perto das onze e meia da manhã. Depois disto, já dentro do carro, o Nando olhou para mim e declarou:
- Bem, agora temos o dia todo só para nós.
De novo o friozinho na barriga. Não me contive. Envolvi meus braços ao redor do pescoço dele e nos beijamos por longos minutos. Esqueci o mundo, nosso parentesco, absolutamente tudo.
Almoçamos em um restaurante bem aconchegante na saída da cidade. Nem consegui comer muito. Geralmente, quando fico nervosa, a comida não passa pela minha garganta. E, apesar de tudo estar às mil maravilhas, eu me sentia tensa. Depois do almoço, o Nando resolveu passar em uma loja de chocolate caseiro. A mãe dele – e minha tia também – era chocólatra e tinha lhe pedido que levasse caixas e caixas para ela. Na minha memória acabei encontrando lembranças de vê-la devorar bombons, vários de uma vez só. Também ganhei chocolates e não pude esperar. Acabei devorando um dentro da caminhonete mesmo, enquanto saíamos da cidade.
Tudo ía muito bem. O Nando, para me agradar, resolveu pegar um caminho mais longo, por uma estrada secundária, para voltarmos para casa. Então veio a pergunta:
- Onde moram seus pais? Você disse que era no interior, não disse?



5 comentários:

  1. Muito bom Patricia parabéns...
    Este trecho deu até uma vontade de comer alguns bombons...rss
    Um abraço!!

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    1. Eu tô ficando apaixonada pelo Nando. A Pauline que se cuide! Obrigada pela visita, Maurício!

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  2. Ihhh, ferrou, tava bom demais pra ser verdade, hein? kkkkkkkkkkkk
    Quero ver como a Pauline vai se sair dessa. Bjus, querida.

    palavrasdevalquiria.blogspot.com.br

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  3. Show!

    Eu quero o restante kkkkkk

    Parabéns!

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