Apesar da minha noite
mal dormida, acordei tão disposta e contente que parecia que tinha dormido por
doze horas seguidas. Eu já tinha deixado minha bolsa pronta, então foi só tomar
um banho, beber um suco de frutas e me perfumar. Dez minutos antes da hora
combinada, eu já estava plantada na frente do prédio, sentindo um friozinho na
barriga. Lembrei que precisava cuidar tudo o que dizia respeito as minhas
origens. Se eu desse um furo que fosse, tudo iria por água abaixo.
Para minha angústia,
o Nando se atrasou. À medida que os minutos passavam – ou corriam – um bolo se
formava na minha garganta. Será que ele havia se arrependido de ter me
convidado? Minha felicidade se esvaía aos poucos. Tinha sido bom demais para
ser verdade. Eu estava me sentindo uma palhaça, com uma vontade enorme de
chorar, quando uma buzina me arrancou dos meus devaneios dando-me um susto. Uma
caminhonete preta tinha parado rente à calçada e o motorista tinha aberto a
porta. O motorista era o Nando. Graças a Deus.
- Ei, Pauline!
Eu praticamente me
joguei dentro do carro com medo que ele fosse embora. Já comodamente sentada –
e feliz novamente – olhei para o Nando, cheia de amor. Era a primeira vez que a
gente se via desde a praia. E ele estava mais lindo ainda.
- Tive que calibrar
os pneus e me atrasei no posto de gasolina – explicou ele, sorrindo para mim –
Você ficou esperando muito tempo?
- Não – e senti que
meu nariz cresceu mais do que o Pinóquio – Só achei que você tinha desistido.
- Imagine. Desculpe
por fazer você me esperar.
E então ele se
inclinou para me beijar, enquanto aguardava a sinaleira abrir. Foi um beijo
rápido, mas o bastante para sentir que havia algum envolvimento também da parte
dele.
A partir daí, tudo
foi perfeito. Tudo. Sempre que ele podia, ficava com a mão sobre a minha. Em
dado momento, dei-me conta que eu estava sentada de lado para poder ficar admirando
o Nando, ignorando a linda paisagem da serra. Propositadamente não perguntei
nada sobre a Raquel. E nem tive coragem também. Meu primo também nada
mencionou. Para quê falar sobre assuntos desagradáveis se tudo estava tão bom?
Chegamos à cidade
onde ele teria que buscar a encomenda perto das onze e meia da manhã. Depois
disto, já dentro do carro, o Nando olhou para mim e declarou:
- Bem, agora temos o
dia todo só para nós.
De novo o friozinho
na barriga. Não me contive. Envolvi meus braços ao redor do pescoço dele e nos
beijamos por longos minutos. Esqueci o mundo, nosso parentesco, absolutamente
tudo.
Almoçamos em um
restaurante bem aconchegante na saída da cidade. Nem consegui comer muito.
Geralmente, quando fico nervosa, a comida não passa pela minha garganta. E,
apesar de tudo estar às mil maravilhas, eu me sentia tensa. Depois do almoço, o
Nando resolveu passar em uma loja de chocolate caseiro. A mãe dele – e minha
tia também – era chocólatra e tinha lhe pedido que levasse caixas e caixas para
ela. Na minha memória acabei encontrando lembranças de vê-la devorar bombons,
vários de uma vez só. Também ganhei chocolates e não pude esperar. Acabei
devorando um dentro da caminhonete mesmo, enquanto saíamos da cidade.
Tudo ía muito bem. O
Nando, para me agradar, resolveu pegar um caminho mais longo, por uma estrada
secundária, para voltarmos para casa. Então veio a pergunta:
- Onde moram seus
pais? Você disse que era no interior, não disse?
Muito bom Patricia parabéns...
ResponderExcluirEste trecho deu até uma vontade de comer alguns bombons...rss
Um abraço!!
Eu tô ficando apaixonada pelo Nando. A Pauline que se cuide! Obrigada pela visita, Maurício!
ExcluirIhhh, ferrou, tava bom demais pra ser verdade, hein? kkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirQuero ver como a Pauline vai se sair dessa. Bjus, querida.
palavrasdevalquiria.blogspot.com.br
E agora, Pauline? ehehehe.
ResponderExcluirShow!
ResponderExcluirEu quero o restante kkkkkk
Parabéns!