sábado, 19 de maio de 2012

FAÇO TUDO POR AMOR (CAP. 20)


- Está gostando da viagem?
Nem acreditei que o Nando mudara de assunto.
- Claro. Está tudo perfeito, Nando.
Então ele parou a caminhonete na beira da estrada. Não vinha uma vivalma de lado algum. Depois de um beijo que me deixou sem fôlego, veio a pergunta que, por algum motivo, achei que ele não faria tão cedo:
- Tem um hotel aqui pertinho... Vamos para lá agora.
Gelei. Endireitei-me no banco, afastando-me um pouco dele. É claro que eu queria e muito transar. Mas não tão rápido. O que o Nando poderia pensar de mim se eu fosse para a cama com ele logo na primeira oportunidade?
- O que foi? Falei alguma coisa que você não gostou? −Ele me encarou, certamente achando estranho meu comportamento virginal.
- Eu…
- Escute, assustei você?
- Não.
Mas eu estava um pouco assustada sim. Na verdade temerosa em não conseguir agradá-lo caso a gente transasse.
- Ei, eu só queria ficar mais à vontade com você – esclareceu Nando, escolhendo bem as palavras. Parecia até mesmo que ele estava conversando com uma babaca – Se você não quer…
- Não é que eu não queira – expliquei, meio gaguejando – É que… é que eu…
- Você nunca transou? É isto que você quer me dizer?
Claro que eu já havia transado. Tive até vontade de rir. Mas minhas experiências sexuais nunca foram das melhores. Às vezes eu nem sabia por que estava transando. Acho que era só para dizer que eu fazia sexo de vez em quando como tudo mundo dizia que fazia. Afinal, eu não queria ser a única garota do mundo que não transava.
- Já transei, sim. Não tanto quanto você, é claro.
Ele riu.
- Então por que não quer transar comigo? Está com medo de mim?
- Medo de você? Nem um pouco.
Mas meus olhos arregalados estavam me traindo. Medo de não agradar, de me envolver mais ainda, percorrendo um caminho que já era sem volta.
- Você está com medo. Vejo isto nos seus olhos, na sua expressão – e dando um beijo no meu pescoço que me deixou toda arrepiada, ele sussurrou – A única coisa que eu queria era ficar mais tempo junto de você.
Quase cedi. Fechei os olhos com força, tentando resistir àquela tentação enorme. Mas eu não podia, não era aquele o momento para eu me entregar. Precisava ser mais forte, pelo menos daquela vez.
- Eu também… mas eu não posso. Não posso…
Com algum esforço, ele se desgrudou de mim e ligou o motor da caminhonete. Dando um suspiro, Nando disse:
- Está bem. Você é quem sabe.
Ele seguiu dirigindo em silêncio por uns dez minutos. Pronto, estraguei tudo.
- Nando…
- Humm…
- Você está zangado comigo?
Minha voz saiu meio chorosa. Meu primo me olhou e respondeu:
- Claro que não.
- Mas você não está falando comigo.
- Eu só respeitei sua decisão.
- Mas você não está falando comigo.
- Fiquei decepcionado, apenas isto. Não estou zangado com você.
Dizendo isto, ele segurou minha mão e a beijou. Tive vontade de chorar.
- Nando, você é muito especial para mim.
Ele me olhou e não disse nada. Fui em frente:
- Não me confunda com outros tipos de mulheres.
- Eu jamais faria isto.
- Mas antes que faça… não sou como as outras.
- Se você fosse igual às outras eu não estaria com você agora.
E com o braço ele me puxou ao encontro do seu peito e ficou dirigindo com apenas uma mão. Ficamos um tempão assim, percorrendo a estrada estava vazia. Não houve mais necessidade de palavras.

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