sexta-feira, 25 de maio de 2012

FAÇO TUDO POR AMOR (CAP. 22)


Abri a porta do apartamento e me deparei com Rafa e Guto sentados à mesa, lanchando. Mal minha irmã olhou para mim e exclamou:
- Pela cara já vi que as coisas não saíram tão bem!
Larguei a mochila e me juntei aos dois. Desanimada, murmurei:
- Foi tudo ótimo, acreditem.
Guto e Rafaela se entreolharam, sem acreditarem na veracidade das minhas palavras. Meu cunhado comentou:
- Não é o que parece.
- O final que estragou tudo – revelei pegando um pedaço de pão e mastigando sem vontade nenhuma – Para mim estava tudo perfeito, mas acho que para ele não.
Guto pediu, calmamente:
- Por que você não conta para gente o que aconteceu? Talvez não seja exatamente assim como você está pensando.
Comecei a narrar a viagem desde o início, do atraso na chegada até a despedida lá embaixo. Os dois escutaram com o máximo de atenção e silêncio até eu terminar a última frase. Como era de se esperar, Rafaela me xingou.
- Eu não quero acreditar que você recusou a fazer sexo com o cara que está apaixonada.
Encarei-a surpresa.
- E o que você queria que eu fizesse?
- Que transasse com ele, ora essa.
- Ah é? – eu explodi enfezada – Para depois ele achar que eu vou para cama com o primeiro que aparece na minha frente?
Guto disse:
- Talvez nem achasse isso. Um homem sabe diferenciar uma mulher da outra.
- Bem, mas talvez o Nando não saiba diferenciar – eu retruquei quase fazendo beicinho – E eu fiquei morrendo de vontade.
- Bem feito – A Rafa era simplesmente implacável – É o que dá bancar a santinha. Era melhor que você tivesse transado com ele. E se ele procurar outra para se satisfazer?
Senti vontade de chorar de novo, mas me controlei. Guto olhou para Rafaela e pediu, com aquele seu jeito calmo:
- Pega leve, benzinho.
- Você sabe que as coisas são assim, Guto. É a lei da selva.
Olhei para meu cunhado ligeiramente desesperada e perguntei:
- Você acha que ele pode me ligar de novo?
- Claro que sim. É início de relacionamento. Dê tempo ao tempo. E o que é mais importante: não sufoque o cara.
- Mas eu não estou sufocando-o – me defendi.
- Ótimo. Continue assim.
Dando o assunto por encerrado, levantei da mesa e resolvi ir tomar um bom banho. Porém, minha camiseta eu não quis lavar. O perfume do Nando estava entranhado nela.


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